sábado, 12 de dezembro de 2009

Maiakovsk - Poeta russo “morto” após a revolução de Lenin…

Na primeira noite, eles se aproximam e colhem uma flor de nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem, pisam as flores, matam nosso cão. E não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles, entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua, e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta.
E porque não dissemos nada, já não podemos dizer nada.

Depois de Maiakovski… outros disseram :

- Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei
Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.

Bertold Brecht (1898-1956)

- Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu.
Como não sou judeu, não me incomodei.
No dia seguinte, vieram e levaram meu outro vizinho que era comunista.
Como não sou comunista, não me incomodei .
No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico.
Como não sou católico, não me incomodei.
No quarto dia, vieram e me levaram;
já não havia mais ninguém para reclamar...

Martin Niemöller, 1933 - símbolo da resistência aos nazistas.

-- Primeiro eles roubaram nos sinais, mas não fui eu a vítima,
Depois incendiaram os ônibus, mas eu não estava neles;
Depois fecharam ruas, onde não moro;
Fecharam então o portão da favela, que não habito;
Em seguida arrastaram até a morte uma criança, que não era meu filho...

Cláudio Humberto, em 09 FEV 2007

O que os outros disseram, foi depois de ler Maiakovski.

Incrível é que, após mais de cem anos, ainda nos encontremos tão desamparados, inertes, e submetidos aos caprichos da ruína moral dos poderes governantes, que vampirizam o erário, aniquilam as instituições, e deixam aos cidadãos os ossos roídos e o direito ao silêncio : porque a palavra, há muito se tornou inútil…

- até quando?...

sábado, 19 de setembro de 2009

Profissão: saber viver - por Marco Roza


Profissão: saber viver

Marco Roza

A melhor profissão do mundo é estar vivo. A ponto de nenhum morto discordar desta nossa afirmação. Mas tem gente entre nós, vivos da silva, que se apresenta morto para a vida. Se fixa com tanta intensidade em idéias, funções e status que perde oportunidades imensas em captar a dinâmica da vida.

Porque não basta estar vivo. É importante adotar como profissão saber viver. Quem descobre esse lado e o pratica foge dos rótulos, evita os elogios falsos, acredita em surpresas a qualquer momento. E aprende, claro, aproveitá-las.

Ao aprender a viver plenamente, a gente capta nuances de nós mesmos, antes enterradas em disciplinas corporativas ou em rituais de relacionamento profissional. Saca, de repente, que o cartão de visita não precisa ter a função escrita para nos fazer melhor que o outro (ou outra) que o recebe. Que o carro que nos carrega para baixo e para cima é tão bom quanto o último modelo do ano, de uma marca estrangeira.

Livres dos ruídos sociais, podemos olhar e ver o mundo na sua transparência. E identificar as pessoas, os homens, as mulheres, as meninas e os meninos, como os elos legítimos que nos vincularão a novas tarefas enquanto aguardamos o dia da nossa morte. Amém.

Sem profissão definida, tudo somos e seremos. Temos a nosso favor algumas décadas pela frente. Que nos brindarão com uma infinidade de encontros, de novos rostos e sonhos de pessoas ansiosas para se tornarem tão felizes quanto nós.

Até que com o tempo valorizaremos a principal moeda: saber viver. E a usaremos de maneira abundante. Onde chegarmos, construiremos equipes cheias de esperança. Um sentimento gostoso, dos que esperam o dia seguinte para provar para eles mesmos e para o mundo inteiro que a grande sustentação da esperança é viver.

E como conseguimos, de um jeito ou de outro, escapar dos rótulos, vamos ocupar o tempo que nos resta em ajustar cenários emocionais, a confiar mais nas pessoas, a sorrir até mesmo para piada fraca.

Nos tornaremos, então, profissionais diferentes. Cheios de energia e confiança. Porque teremos a certeza que saber viver nos colocará numa roda-viva que não se esgotará nunca. Nem mesmo na eventualidade de mudarmos nosso endereço para os cemitérios. Por que? Porque ao se profissionalizar em saber viver, você virará o sal da terra. E sua alegria contagiará as gerações futuras, que terão na sua história de vida um exemplo a seguir, muito superior à função que agora você tem na carteira de trabalho, na placa em cima da sua mesa ou no título no seu cartão de visita.

Marco Roza é jornalista. Diretor da MDM - Marco Direto Marketing. Pode ser encontrado no 0800-11-1239 ou através de seu blog Os hábitos intangíveis do Consumidor Popular.

domingo, 26 de julho de 2009

"Vovó, vovô, cheguei", ... ( Dad Squarisi )

"Vovó, vovô, cheguei", anunciam-se eles. As três palavras traduzem a cumplicidade existente entre as duas pontas da vida. ( Dad Squarisi ) ... ;

... Rachel de Queiroz homenageou as mães com açúcar na crônica "A arte de ser avó". Eis um trecho: "A avó não tem direitos legais, mas oferece a sedução do romance e do imprevisto. Mora em outra casa. Traz presentes. Faz coisas não programadas. Leva a passear, não ralha nunca. Deixa lambuzar de pirulito. Não tem a menor pretensão pedagógica. É a confidente das horas de ressentimento, o último recurso dos momentos de opressão, a secreta aliada nas crises de rebeldia. Uma noite passada em sua casa é uma deliciosa fuga à rotina, tem todos os encantos de uma aventura. Lá não há linha divisória entre o proibido e o permitido, antes uma maravilhosa subversão da disciplina. Dormir sem lavar as mãos, recusar a sopa e comer croquetes, tomar café, mexer na louça, fazer trem com as cadeiras na sala, destruir revistas, derramar água no gato, acender e apagar a luz elétrica mil vezes se quiser – e até fingir que está discando o telefone. Riscar a parede com lápis dizendo que foi sem querer – e ser acreditado!"
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quinta-feira, 16 de julho de 2009

O Tribuno Cícero disse 42 a.C

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Discurso de Cícero, tribuno romano, 42 a.C
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"Uma nação pode sobreviver aos idiotas e até aos gananciosos.
Mas não pode sobreviver à traição gerada dentro de si mesma.
Um inimigo exterior não é tão perigoso, porque é conhecido e carrega suas bandeiras abertamente.
Mas o traidor se move livremente dentro do governo, seus melífluos sussurros são ouvidos entre todos e ecoam no próprio vestíbulo do Estado.
E esse traidor não parece ser um traidor; ele fala com familiaridade a suas vítimas, usa sua face e suas roupas e apela aos sentimentos que se alojam no coração de todas as pessoas.
Ele arruína as raízes da sociedade; ele trabalha em segredo e oculto na noite para demolir as fundações da nação; ele infecta o corpo político a tal ponto que este sucumbe."
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segunda-feira, 25 de maio de 2009

OI MOÇO...!!!

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OI MOÇO...!!!
Não me perguntem quantos anos tenho; e sim, quantas cartas mandei e recebi:
Se mais jovem, se mais velho... o que importa, se ainda sou um fervilhar de sonhos, se não carrego o fardo da esperança morta!
Não me perguntem quantos anos tenho; e sim, quantos beijos troquei.
Beijos de amor!
Se a juventude em mim ainda é festa, se aproveito tudo a cada instante e se eu bebo da taça gota a gota...
Ora! Então pouco se me dá que gota resta!
Não me perguntem quantos anos tenho mas..., queiram saber de mim se criei filhos, queiram saber de mim que obras eu fiz, queiram saber de mim que amigos tenho e se alguém, pude eu, tornar feliz.
Não me perguntem quantos anos tenho mas... , queiram saber de mim que livros li, queiram saber de mim por onde andei, queiram saber de mim quantas histórias, quantos versos ouvi, quantos cantei.
E assim, somente assim, todos vocês, por mais brancos que estejam meus cabelos, por mais rugas que vejam no meu rosto, terão vontade de chamar-me:
“Oi Moço...!!!”
E ao me verem passar aqui...ali... não saberão ao certo a minha idade, mas saberão por certo, que eu vivi.

Desconheço o autor! – Montagem: Luiz Carlos Peralva
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sexta-feira, 22 de maio de 2009

O QUASE .... por Luiz Fernando Veríssimo

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“ Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou” .
... “... “ ...
... Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.
Desconfie do destino e acredite em você.
Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.”

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sexta-feira, 3 de abril de 2009

. MAS NÃO PODEMOS VOLTAR ATRÁS. VOCÊ É O PEDREIRO.

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Um velho pedreiro que construía casas estava pronto para se aposentar. Ele informou ao chefe o seu desejo de sair da indústria de construção e passar mais tempo com sua família. Ele ainda disse que sentiria falta do salário, mas realmente queria se aposentar.
A empresa não seria muito afetada pela saída do pedreiro, mas o chefe ficou triste ao ver um bom funcionário partindo. Assim, pediu ao pedreiro para trabalhar em mais um projeto, como um favor. Como a vida é engraçada...
O pedreiro não gostou, mas acabou concordando. Foi fácil ver que ele não estava entusiasmado com a idéia. Assim, prosseguiu fazendo um trabalho de segunda qualidade e usando materiais inadequados. Foi uma maneira negativa de ele terminar sua carreira. Quando o pedreiro acabou, o seu chefe veio fazer a inspeção da casa construída.
Depois, deu a chave da casa para o pedreiro e disse: "Essa é sua casa. Ela é o meu presente para você."
O pedreiro ficou muito surpreso. Que pena! Se soubesse que estava construindo sua própria casa, ele teria feito tudo diferente.
O mesmo acontece conosco.
Nós construímos nossa vida, um dia de cada vez e, muitas vezes, fazendo menos que o melhor possível na construção. Depois, com surpresa, nós descobrimos que precisamos viver na casa que nós construímos. Se pudéssemos fazer tudo de novo, faríamos tudo diferente. Mas não podemos voltar atrás. Você é o pedreiro.
Todo dia, você martela pregos, ajusta tábuas, constrói paredes.
Alguém já disse que "a vida é um projeto que você mesmo constrói".
Suas atitudes e escolhas de hoje estão construindo a "casa" em que você vai morar amanhã.
Construa com sabedoria!
*Postado em comunidade orkut MAÇONARIA (azul) por Marcos ... ROBERTO

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

MASCARAS e geração de mascarados... por JMeirelles

O estágio evolutivo em que se encontra a humanidade, o da civilização, mostra que, no processo, o regime da força, dos instintos animalescos, foi substituído pelo da astúcia. Procura-se a vitória utilizando-se máscaras, que escondem a verdadeira personalidade do seu usuário. Assim se porta a maioria da nossa sociedade e o exemplo mais enfático é o da nossa classe política. Com honrosas exceções, o que se esconde por trás da beleza das máscaras com que se apresentam os nossos políticos?
A arte de se mascarar, historicamente marcante no carnaval de Veneza, pode ser tomado como emblema para a astúcia do atual estágio evolutivo do homem civilizado. A máscara tem sido a sua principal arma para conquista de seus objetivos, nem sempre confessáveis. Na sociedade tem sido apenas uma arma para esconder fragilidades de personalidades. A evolução, através da espiritualização, vai nos mostrar por inteiro, como de fato somos.

*texto de: J. Meirelles
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